Conta a lenda, que quando D. Afonso Henriques tentou conquistar a vila, os Mouros fugiram, uns atiraram-se das torres, outros fugiram por abrigos subterrâneos e, com a pressa toda, ficou esquecida uma menina que mal sabia falar, mas sabia o seu nome, que era Almira. Esta menina foi criada como cristã e cresceu cheia de amor.
Almira gostava muito de música e tinha muito jeito para a poesia. Aprendeu a tocar alaúde e quando juntava estes dois dons ganhava a qualquer trovador.
No entanto, existia nela uma grande tristeza, por ter muitas saudades da sua família biológica e da qual nem sequer se lembrava.
Certo dia um cavaleiro, D. Gonçalo, chegou a Alcácer em busca de serviço, como todos os outros, e quis conhecer a Almira.
D. Gonçalo não era muito bonito, mas tinha uns olhos inesquecíveis e Almira nunca mais se esqueceu do dia em que ele apareceu.
Almira apaixonou-se por D. Gonçalo e passou a cantar-lhe canções de amor.
Diz-se então, que nas noites de luar, em Agosto, se ouvem os sussurros da velha muralha e que são os cânticos de Almira para D. Gonçalo, na noite em que este lhe respondeu também a cantar. D. Gonçalo também estava apaixonada por Almira, mas demorou algum tempo a confessar a sua paixão.
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